Discografia selecionada
“José Carlos Schwarz e o Cobiana Djazz – Vol. 1 e 2”
Não se pode falar da música moderna guineense sem evocar José Carlos Schwarz e o Cobiana Djazz; o guitarrista e o conjunto são os pioneiros da sua modernização, do seu reconhecimento e da sua promoção no país e fora dele. Da sua discografia, destaque para “José Carlos Schwarz e o Cobiana Djazz – Vol. 1 e 2”.
“Super Mama Djombo”, Super Mama Djombo
Gravado em 1980 em Lisboa, o disco consagrou definitivamente Atchutchi, Zé Manel, Dulce Neves, entre outros. O LP traz um total de catorze temas dos quais “Julia”, tema profundo pelas letras e pela melodia lenta, e os mexidos “Dissan na mbera”, na voz de Dulce Neves, e sobretudo “Pamparida”, adaptado de uma canção infantil e transformado num autêntico “hit”.
“Maron Di Mar”, Zé Manel
Mal foi lançado no mercado em 2001, “Maron di mar”, o segundo álbum de Zé Manel, recebeu críticas muito positivas mercê uma musicalidade afinada e pura que lhe valeram prémios prestigiosos nos Estados Unidos e em África. “Pubis ka burro” e “Ami fidjo di tchon” são alguns dos onze temas deste trabalho excelente.
(http://www.afromix.org/html/musique/artistes/eneida-marta/index.pt.html) “Lopé kai”,
Eneida Marta
Após três discos bastante influenciados pelo zouk entre 2001 e 2005, Eneida e o seu director musical Juca Delgado decidem regressar a uma sonoridade mais próxima das suas origens guineenses. Em 2006, “Lopé Kai” é lançado no mercado e Eneida entra no mundo da world music, graças a uma modernização conseguida dos ritmos tradicionais da Guiné-Bissau, segundo a editora Mondomix. Para a cantora, “Lôpé kai” é o trabalho que sempre quis fazer e lhe “abriu as portas do mundo”.
“Kumura”, Bedinte
A primeira canção –“Rosa di N’tacha”– do álbum é uma viagem bastante mexida rumo à Guiné tradicional. Seguem-se outras etapas e, de repente, “Sindin vela” e “Candjura”, exemplos bem sucedidos do casamento entre artistas de horizontes diferentes: a voz de Bedinte acompanhada pelas notas de um guitarrista flamenco, com a percussão a marcar o ritmo. David Byrne, do conjunto Talking Heads, não se enganou quando convidou Bedinte para a sua editora.
“An Afro-Portuguese Odyssey”
Editora de ponta da world music, Putumayo fez jus à sua reputação ao lançar, em 2002, esta compilação dedicada a artistas africanos lusófonos como os angolanos Ruy Mingas, Paulo Flores ou o conjunto cabo-verdiano Mendes Brothers. A Guiné está em peso neste trabalho com cinco músicos, entre eles duas cantoras, num total de treze artistas. Dulce Neves, “Embaixadora da Música Moderna Guineense”, canta “N’tchanha” enquanto que a sua compatriota Eneida Marta interpreta “Na bu mons”. Zé Manel, Manecas Costa e Bidinte completam o lote, cantando, respectivamente, “Bu fidjo femia”, “Ermons di terra” e “Considjo di garandis”.
“Sperança”, Tabanka Djazz
O simples facto de ter alcançado vendas superiores a quarenta mil unidades em 1996, tornando-se na primeira banda africana a alcançar semelhante façanha em Portugal -disco de platina-, explica a inclusão de “Sperança” nesta discografia. Mas a sua nomeação em três categorias para os prémios Ngwomo Africa prova que o sucesso do álbum não é apenas comercial. Com “Sperança”, o conjunto Tabanka Djazz confirma a modernização bem sucedida do gumbé.
“Si canua ka nkadja”, Iva & Ichi
A ideia inicial de Iva e Ichi era fazer um álbum para conquistar o mercado português mas acabaram por ir mais longe neste trabalho, introduzindo algumas inovações na música guineense como os duetos e uma roupagem totalmente moderna da música da tina. O álbum ficaria igualmente conhecido pela “associação” do tema “Si canua ka nkadja” ao conflito militar armado de 1998 ao tornar-se numa espécie de alarme: a difusão dessa canção nas antenas da rádio da Junta Militar significava o recomeço dos bombardeamentos por parte dos rebeldes, obrigando os populares em Bissau a procurarem abrigo.
“Paraiso di gumbé”, Manecas Costa
Há quem considere “Fundu di matu” o melhor álbum do artista. No entanto, com “Paraiso di gumbé”, o multi-facetado artista não só confirmou o seu talento enquanto guitarrista como conseguiu a sua projecção mundial, segundo sites especializados, que destacam a sonoridade acústica e eléctrica da sua música.
A discografia seleccionada guineense inclui igualmente os álbuns “Nha distino”, de Dulce Neves, “Camba Mar”, de Maio Coopé e Gumbézarte, “Toroco”, de Justino Delgado, “Po di buli”, de Rui Sangara, “Badin Tonomá”, de Sambala Kanuté, “20 anos de Capa Negra”, de Sidónio Pais, “Oka”, de Djanuno Dabo e “No Djunta Mom”, do jovem conjunto Furkutunda. “Camba Mar”, lançado em 1998, é o resultado das experiências musicais levadas a cabo por Maio Coopé e seus colegas do Gumbézarte como o saxofonista Miguelinho.
Além de cantores e embaixadores do gumbé, Justino Delgado e Rui Sangara têm em comum uma discografia rica e o sucesso garantido cada vez que lançam um novo trabalho, facto comprovado pelos discos de ouro conseguidos: “Toroco” e “Po di buli” são alguns exemplos.
A música mandinga consta igualmente desta discografia seleccionada com “Badin Tonomá”, o primeiro trabalho de Sambala Kanuté. Finalmente, “20 anos de Capa Negra”, de Sidó Pais, e “No Djunta Mom”, o álbum de estreia do conjunto Furkutunda completam esta lista não exaustiva.
Araújo diz
Bom dia, com quem posso falar relativamente aos direitos da música dos Orquesta SUPER MAMA DJOMBO-Dissan Na Mbera? Muitos obrigado.